quinta-feira, 2 de junho de 2011

Dia Dos namorados

A história do Dia de São Valentim remonta a um obscuro dia de jejum tido em homenagem a São Valentim. A associação com o amor romântico chega depois do final da Idade Média, durante o qual o conceito de amor romântico foi formulado.
A divulgação da data no Brasil foi feita pelo empresário João Dória, que havia chegado do exterior. Representantes do comércio acharam uma ótima idéia para aquecer as vendas e escolheram o dia 12 de junho para ser o dia dos namorados em nosso país. A data foi escolhida às vésperas do dia de santo Antônio, o santo casamenteiro.
As pessoas apaixonadas costumam presentear seus namorados ou cônjuges, a fim de mostrar todo o amor que sentem.
Nessa data, os casais saem para trocar presentes e comemorar, com um jantar romântico, a paixão que sentem um pelo outro, a afetividade e o amor, como forma de agradecer o companheirismo e a dedicação entre ambos.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Dia Das Mães

O Dia das Mães também designado de Dia da Mãe teve a sua origem no princípio doséculo XX, quando uma jovem norte-americana, Anna Jarvis, perdeu sua mãe e entrou em completa depressão. Preocupadas com aquele sofrimento, algumas amigas tiveram a ideia de perpetuar a memória da mãe de Annie com uma festa. Annie quis que a homenagem fosse estendida a todas as mães, vivas ou mortas. Em pouco tempo, a comemoração e consequentemente o Dia das Mães se alastrou por todos os Estados Unidos e, em 1914, sua data foi oficializada pelo presidente Woodrow Wilson: dia 9 de Maio.
Dados Históricos: A mais antiga comemoração dos dias das mães é mitológica. Na Gréciaantiga, a entrada da primavera era festejada em honra de Rhea, a Mãe dos deuses.
O próximo registro está no início do século XVII, quando a Inglaterra começou a dedicar o quarto domingo da Quaresma às mães das operárias inglesas. Nesse dia, as trabalhadoras tinham folga para ficar em casa com as mães. Era chamado de "Mothering Day", fato que deu origem ao "mothering cake", um bolo para as mães que tornaria o dia ainda mais festivo.
Nos Estados Unidos, as primeiras sugestões em prol da criação de uma data para a celebração das mães foi dada em 1872 pela escritora Júlia Ward Howe, autora de O Hino de Batalha da República.
No Brasil, em 1932, o então presidente Getúlio Vargas oficializou a data no segundo domingo de maio. Em 1947, Dom Jaime de Barros Câmara, Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro, determinou que essa data fizesse parte também no calendário oficial da Igreja Católica.
Em Portugal, o Dia da Mãe é celebrado no primeiro domingo de Maio.
Em Israel o Dia da Mãe deixou de ser celebrado, passando a existir o Dia da Família em Fevereiro.

domingo, 10 de abril de 2011

Reserva Indígena! (Fotos)

                                                          Indios dançando
                                                            Artesanato Indigena
                                                      Indiazinha dentro da Oca!
                                                              Arte Indigena
                                                A mais Velha e mais experiente da tribo
                                                              Dança Indigena²
                                                              Arte Indigena

terça-feira, 29 de março de 2011

                 Aniversário de Salvador
 
Salvador (fundada como São Salvador da Bahia de Todos os Santos[7]) é uma cidade brasileira, capital do estado da Bahia e primeira capital do Brasil. Os habitantes são chamados de soteropolitanos, gentílico criado a partir da tradução do nome da cidade para o grego: Soterópolis, ou seja, "cidade do Salvador", composto de Σωτήρ ("salvador") e πόλις ("cidade").
Situada na microrregião homônima, Salvador é uma metrópole nacional com mais de 2,6 milhões de habitantes, sendo a cidade mais populosa do Nordeste, a terceira mais populosa do Brasil e a oitava mais populosa da América Latina (superada por São Paulo, Cidade do México, Buenos Aires, Lima, Bogotá, Rio de Janeiro e Santiago).[8] Sua região metropolitana, conhecida como "Grande Salvador", possui 3.574.804 habitantes (IBGE/2010)[9], o que a torna a terceira mais populosa do Nordeste, sétima do Brasil e uma das 120 maiores do mundo.[10] É classificada pelo IBGE em comparação com a rede urbana das outras cidades brasileiras como um centro metropolitano nacional. A superfície do município de Salvador é de 706,8 km² (fonte: IBGE), e suas coordenadas, a partir do marco da fundação da cidade, no Fortaleza de Santo Antônio, são 12° 58' 16'' sul e 38° 30' 39'' oeste[2]. Centro econômico do estado, é também porto exportador, centro industrial, administrativo e turístico.
A cidade de Salvador era antigamente chamada de Bahia, inclusive por moradores do próprio estado. Também já recebeu alguns epítetos, como o de "Capital da Alegria", devido aos enormes festejos populares, como o seu carnaval, e "Roma Negra", por ser considerada a metrópole com maior percentual de negros localizada fora da África.
Salvador é também sede de importantes empresas regionais, nacionais e internacionais. Foi em Salvador onde surgiu a Odebrecht, que, em 2008, tornou-se o maior conglomerado de empresas do ramo da construção civil e petroquímica da América Latina, com várias unidades de negócios em Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo e diversos países do mundo.[11] Além de empresas, a cidade sedia também muitos eventos, organizações e instituições, como a Universidade Federal da Bahia (melhor do Nordeste e a 16º da América Latina[12] e a brasileira que mais melhorou nos últimos dois anos[13]) e a Escola de Administração do Exército Brasileiro.


História

Chegada de Tomé de Sousa à Bahia, numa gravura de começo do século XIX.
Monumento "Cruz Caída" na Sé de Salvador, ao fundo o Palácio do Arcebispado de Salvador.
Salvador em 1875.
Antes mesmo de ser fundada cidade, a região já era habitada desde o naufrágio de um navio francês, em 1510, de cuja tripulação fazia parte Diogo Álvares, o famoso Caramuru. Em 1534, foi fundada a capela em louvor a Nossa Senhora da Graça, porque ali viviam Diogo Álvares e sua esposa, Catarina Paraguaçu.
Em 1536, chegou à região o primeiro donatário, Francisco Pereira Coutinho, que recebeu capitania hereditária de El-Rei Dom João III. Fundou o Arraial do Pereira, nas imediações onde hoje está a Ladeira da Barra. Esse arraial, doze anos depois, na época da fundação da cidade, foi chamado de Vila Velha. Os índios não gostavam de Pereira Coutinho por causa de sua crueldade e arrogância no trato. Por isso, aconteceram diversas revoltas indígenas enquanto ele esteve na vila. Uma delas obrigou-o a refugiar-se em Porto Seguro, com Diogo Álvares; na volta, já na Baía de Todos os Santos, enfrentando forte tormenta, o barco, à deriva, chegou à praia de Itaparica. Nessa, os índios fizeram-no prisioneiro, mas deram liberdade a Caramuru. Francisco Pereira Coutinho foi retalhado e servido numa festa antropofágica.
Em 29 de Março de 1549 chegam, pela Ponta do Padrão, Tomé de Sousa e comitiva, em seis embarcações: três naus, duas caravelas e um bergantim, com ordens do rei de Portugal de fundar uma cidade-fortaleza chamada do São Salvador. Nasce assim a cidade de Salvador: já cidade, já capital, sem nunca ter sido província. Todos os donatários das capitanias hereditárias eram submetidos à autoridade do primeiro governador-geral do Brasil, Tomé de Sousa.
Com o governador vieram nas embarcações mais de mil pessoas. Trezentas e vinte nomeadas e recebendo salários; entre eles o primeiro médico nomeado para o Brasil por um prazo de três anos: Dr. Jorge Valadares; e o farmacêutico Diogo de Castro, seiscentos militares, degredados, e fidalgos, além dos primeiros padres jesuítas no Brasil, como Manuel de Nóbrega, João Aspilcueta Navarro e Leonardo Nunes, entre outros. As mulheres eram poucas, o que fez com que os portugueses radicados no Brasil, mais tarde, solicitassem ao Reino o envio de noivas. Talvez Tomé de Sousa tenha sido o primeiro visitante a apaixonar-se pelo local, como muitos após ele, pois disse ao funcionário que lhe entregou a notícia de que o substituto estava a caminho: "Vedes isto, meirinho? Verdade é que eu desejava muito, e me crescia a água na boca quando cuidava em ir para Portugal; mas não sei por que agora se me seca a boca de tal modo que quero cuspir e não posso". Após Tomé de Sousa, Duarte da Costa foi o governador-geral do Brasil, chegou a 13 de Julho de 1553, trazendo 260 pessoas, entre elas o filho Álvaro, jesuítas como José de Anchieta, e dezenas de órfãs para servirem de esposas para os colonos. Mem de Sá, terceiro governador-geral, que governou até 1572, também contribuiu com uma grande administração.
A cidade foi invadida pelos neerlandeses em 1598, 1624-1625 e 1638. O açúcar, no século XVII, já era o produto mais exportado pela colônia. No final deste século a Bahia se torna a maior província exportadora de açúcar. Nesta época, os limites da cidade iam da freguesia de Santo Antônio Além do Carmo até a freguesia de São Pedro Velho. A Cidade do São Salvador da Bahia de Todos os Santos foi a capital, e sede da administração colonial do Brasil até 1763.
Em 1798, ocorreu a Revolta dos Alfaiates, na qual estavam envolvidos homens do povo como Lucas Dantas e João de Deus, e intelectuais da elite, como Cipriano Barata e outros profissionais liberais.
Em 1809, Marcos de Noronha e Brito, o conde dos Arcos, iniciou sua administração, a qual foi muito benéfica à cidade. Em 1812 ele inaugurou o Teatro São João, onde mais tarde Xisto Bahia cantaria suas chulas e lundus, e Castro Alves inflamaria a plateia com os maravilhosos poemas líricos e abolicionistas. Ainda no governo do Conde dos Arcos, ocorreram os grandes deslizamentos nas Ladeiras da Gameleira, Misericórdia e Montanha.
Em 1835 ocorre a revolta dos escravos muçulmanos, conhecida como Revolta dos Malês. Durante o século XIX, Salvador continuou a influenciar a política nacional, tendo emplacado diversos ministros de Gabinete no Segundo Reinado, tais como José Antônio Saraiva, José Maria da Silva Paranhos, Sousa Dantas e Zacarias de Góis. Com a proclamação da República, e a crise nas exportações de açúcar, a influência econômica e política da cidade no cenário nacional decresce.
Em 1912 ocorre o bombardeio da cidade, causado pelas disputas entre as lideranças oligárquicas na sucessão do governo: é destruída a Biblioteca e Arquivo, perdendo-se de forma irremediável importantes documentos históricos da própria cidade.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A Origem do Carnaval

Todo mundo pensa que o Carnaval é uma festa típica do Brasil. Mas toda essa farra existe desde a Antiguidade e vem de muito longe. O Carnaval originário tem início nos cultos agrários da Grécia, de 605 a 527 a.C. Com o surgimento da agricultura, os homens passaram a comemorar a fertilidade e produtividade do solo. O Carnaval Pagão começa quando Pisistráto oficializa o culto a Dioniso na Grécia, no século VII a.C. e, termina, quando a Igreja Católica adota a festa em 590 d.C. O primeiro foco de concentração carnavalesca se localizava no Egito. A festa era nada mais que dança e cantoria em volta de fogueiras. Os foliões usavam máscaras e disfarces simbolizando a inexistência de classes sociais. Depois, a tradição se espalhou por Grécia e Roma, entre o século VII a.C. e VI d.C. A separação da sociedade em classes fazia com que houvesse a necessidade de válvulas de escape. É nessa época que sexo e bebidas se fazem presentes na festa. Em seguida, o Carnaval chega em Veneza para, então, se espalhar pelo mundo. Diz-se que foi lá que a festa tomou as características atuais: máscaras, fantasias, carros alegóricos, desfiles... O Carnaval Cristão passa a existir quando a Igreja Católica oficializa a festa, em 590 d.C. Antes, a instituição condenava a festa por seu caráter “pecaminoso”. No entanto, as autoridades eclesiásticas da época se viram num beco sem saída. Não era mais possível proibir o Carnaval. Foi então que houve a imposição de cerimônias oficiais sérias para conter a libertinagem. Mas esse tipo de festa batia de frente com a principal característica do Carnaval: o riso, a brincadeira... É só em 1545, no Concílio de Trento, que o Carnaval é reconhecido como uma manifestação popular de rua. Em 1582, o Papa Gregório XIII transforma o Calendário Juliano em Gregoriano e estabelece as datas do Carnaval. O motivo da mobilidade da data é não coincidir com a Páscoa Católica, que não pode ter data fixa para não coincidir com a Páscoa dos judeus. O cálculo é um pouco complexo. Determina-se o equinócio da primavera, que ocorre entra os dias 21 e 22 de março no hemisfério norte. Observando a lua nova que antecede o equinócio, o primeiro domingo após o 14º dia de lua nova é o domingo de Páscoa. Como o primeiro dia da lua nova, antes de 21 de março, é entre 08 de março e 05 de abril, a Páscoa só pode ser entre 22 de março e 25 de abril. O domingo de carnaval é sempre no 7º domingo que antecede ao domingo de Páscoa. O Carnaval brasileiro surge em 1723, com a chegada de portugueses das Ilhas da Madeira, Açores e Cabo Verde. A principal diversão dos foliões era jogar água nos outros. O primeiro registro de baile é de 1840. Em 1855 surgiram os primeiros grandes clubes carnavalescos, precursores das atuais escolas de samba. No início século XX, já havia diversos cordões e blocos, que desfilavam pela cidade durante o Carnaval. A primeira escola de samba foi fundada em 1928 no bairro do Estácio e se chamava Deixa Falar. A partir de então, outras foram surgindo até chegarmos à grande festa que vemos hoje.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Carnaval ░

 O CARNAVAL DE SALVADOR É A MAIOR MANIFESTAÇÃO POPULAR DO MUNDO[1], BATENDO RECORDES COM CERCA DE 2.700.000 FOLIÕES EM SEIS DIAS DE FESTA, QUE FESTEJAM EM TRÊS PRINCIPAIS CIRCUITOS: DODÔ (BARRA-ONDINA), OSMAR (CAMPO GRANDE-AVENIDA SETE) E BATATINHA (CENTRO HISTÓRICO).
PAU ELÉTRICO: GUITARRA BAIANA
INSTRUMENTO CRIADO POR DODÔ PARA EVITAR A MICROFONIA EXISTENTE NO VIOLÃO ELÉTRICO UTILIZANDO O CÊPO MACIÇO QUE POSSIBILITAVA A REPRODUÇÃO DO SOM DE FORMA PERFEITA. INSPIRADO NO VIOLÃO ELÉTRICO DO CARIOCA BENEDITO CHAVES, O PAU ELÉTRICO OU GUITARRA BAIANA POSSIBILITOU O DESENVOLVIMENTO DE UMA NOVA FORMA DE “FAZER CARNAVAL”.
TRIO ELÉTRICO
CRIADO POR DODÔ E OSMAR A FAMOSA FOBICA, REMODELAÇÃO DE UM VELHO FORD BIGODE 1929, TORNOU-SE O PRIMEIRO TRIO ELÉTRICO. TOTALMENTE MUDADO E PINTADO PARA A FESTA, A FOBICA VIROU O PALCO PERFEITO PARA À GUITARRA BAIANA. ESTA INVENÇÃO TRANSFORMOU O CARNAVAL DE RUA DE SALVADOR. QUE HOJE EM DIA É AGITADO POR VÁRIOS CANTORES FAMOSOS NA BAHIA. OS SHOWS DADOS EM CIMA DO TRIO ELÉTRICO SÃO GRATUITOS E PASSAM PELAS RUAS DOS BAIRROS COMO BARRA, ONDINA E CAMPO GRANDE. ATRAINDO UMA GRANDE MULTIDÃO DE PESSOAS, TANTO ANÔNIMAS QUANTO OUTROS ARTISTAS E PERSONALIDADES.
AFOXÉ
NO ESTADO DA BAHIA, O AFOXÉ É FORMADO PRINCIPALMENTE POR PESSOAS LIGADAS AOS PRECEITOS DO CANDOMBLÉ. TENDO COMO A SUA MANIFESTAÇÃO CARNAVALESCA O RESGATE DA HERANÇA CULTURAL AFRICANA EM SEU RITMO, LÍNGUA E VESTIMENTA.
BLOCO AFRO
VER ARTIGO PRINCIPAL: BLOCO AFRO
O BLOCO AFRO É UM GRUPO CARNAVALESCO QUE TRAZ EM SUAS MÚSICAS, VESTIMENTAS E ORIGEM ÉTNICA A HERANÇA AFRICANA.
AXÉ
O AXÉ É UM RITMO BAIANO QUE NASCE DA MISTURA DE RITMOS NO CARNAVAL DE SALVADOR. FRUTO PRINCIPALMENTE DA FUSÃO DO FREVO E DO AFOXÉ

POVOS INDIGENAS

Os povos indígenas no Brasil incluem um grande número de diferentes grupos étnicos que habitam ou habitaram o território brasileiro, e cujas raízes remontam às Américas desde antes da chegada dos europeus a este continente, em torno de 1500.
Os povos indígenas do Brasil compreendem uma grande variedade de tribos e nações, muitos deles com laços culturais e territórios históricos que atravessam as fronteiras políticas atuais e adentram os países vizinhos. Embora sua organização social tenha sido geralmente igualitária e baseada em tribos pequenas, semi-nômades e independentes, houve exemplos de nações super-tribais envolvendo milhares de indivíduos e ocupando extensos territórios. Os indígenas do Brasil falavam e falam centenas de línguas diferentes, cujas origens e conexões ainda são pouco conhecidas. Sua cultura material e espiritual também é bastante diversificada, apesar de um fundo comum devido ao estilo de vida.
Muitas das tribos que existiam no país à época de Cabral desapareceram, quer absorvidas na sociedade dos colonizadores, quer dizimadas pela violência a que os índios em geral foram submetidos durante os últimos cinco séculos. Nesse período, nações inteiras foram massacradas ou escravizadas, explícita ou disfarçadamente, ou morreram de doenças e fome depois que suas terras foram tomadas e seus meios de sobrevivência foram destruídos. A catequização por missionários europeus levou ao desaparecimento de suas crenças religiosas e outras tradições culturais; e a relocação forçada provocou enorme mistura de povos. Muitas das comunidades indígenas que ainda sobrevivem enfrentam miséria, doenças, descaso das autoridades e discriminação pelo resto da sociedade.[2]
Índice
 Origens e história
"Família de um chefe Camacã se preparando para a festa", por Jean-Baptiste Debret.
Pesquisas arqueológicas em São Raimundo Nonato, organizadas pela arqueóloga Niède Guidon no interior do Piauí, registram indícios da presença humana datados como anteriores a 10 mil anos.[3] A maioria dos pesquisadores acreditam que o povoamento da América do Sul deu-se a partir de 20 mil a.C.[4]
Indícios arqueológicos no Brasil apontam para a presença humana em achados datados de 16 mil a.C., de 14.200 a.C. e de 12.770 a.C. em Lagoa Santa (MG), Rio Claro (SP) e Ibicuí (RS).[4] Em Lapa Vermelha, (Minas Gerais), foi encontrado um verdadeiro cemitério com ossos datados em 12 mil anos, o primeiro dos quais encontrado por Annette Laming-Emperaire na década de 1970 e que foi "batizado" de Luzia[3] e que parecia mais aparentada com os aborígines da Austrália ou com negrito das Ilhas Andaman.
Ficheiro:Mapapovos.JPG
Mapa dos povos indígenas que se encontravam no Brasil no século XVI
[editar] Extermínio
Nativos brasileiros, por Jean-Baptiste Debret.
Estimativas da população indígena na época do descobrimento apontam que existiam no território Brasileiro, mais de mil povos, sendo cinco milhões de indígenas. Hoje em dia, são 227 povos, e sua população está em torno de 400 mil. As razões para isso são muitas, desde agressão direta de colonizadores a epidemias de doenças para as quais os índios não tinham imunidade ou cura conhecidas.
Durante o século XIX, com os avanços em epidemiologia, casos documentados começaram a aparecer, de brasileiros usando epidemias de varíola como arma biológica contra os índios. Um caso "clássico", segundo antropólogo Mércio Pereira Gomes, é o da vila de Caxias, no Sul do Maranhão, por volta de 1816. Fazendeiros, para conseguir mais terras, resolveram "presentear" os índios timbira com roupas de pessoas infectadas pela doença (que normalmente são queimadas para evitar contaminação). Os índios levaram as roupas para as aldeias e logo os fazendeiros tinham muito mais terra livre para a criação de gado. Casos similares ocorreram por toda América do Sul[5] As "doenças do homem branco" ainda afetam tribos indígenas no Amazonas.[6]
 Povos indígenas emergentes
    Ver artigo principal: Povos indígenas emergentes
Da esquerda para a direita: Dona Tereza Kariri, Bida Jenipapo-Kanindé, Cacique Pequena Jenipapo-Kanindé, Fernando Tremembé e Jamille Kariri. Participantes do II Encontro do Povo Kariri, realizado em Crateús - Ceará, em junho de 2007.
A partir das últimas décadas do século XX, aparecem novas etnias quando populações miscigenadas reivindicam a condição de povo indígena. Isto ocorre principalmente no nordeste brasileiro. São exemplos desse processo:
    * Náua, no Parque Nacional da Serra do Divisor (Acre)
    * Tupinambá, Maitapu, Apium e um grupo Munduruku desconhecido, na região do Alto Rio Tapajós (Pará)
    * Kaxixó, na região de Martinho Campos e Pompeu, e Aranã, no Vale do Jequitinhonha (Minas Gerais)
    * Kariri, Kalabaça, Tabajara, Tapeba, Pitaguary, Tremembé, Kanindé no Ceará.
    * Tupinambá, em Olivença, e Tumbalalá, em Abaré e Curaçá (Bahia)
    * Kalankó, em Pariconha, e Karuazu, em Água Branca (Alagoas)
    * Pipipã, em Ibimirim (Pernambuco)
 Cultura
Índia guajajara e seu filho.
Há grande diversidade cultural entre os povos indígenas no Brasil, mas há também características comuns:
    * A habitação coletiva, com as casas dispostas em relação a um espaço cerimonial que pode ser no centro ou não;
    * A vida cerimonial é a base da cultura de cada grupo, com as festas que reúnem pessoas de outras aldeias, os ritos de passagem dos adolescentes de ambos os sexos, os rituais de cura e outros;
    * A arte faz parte da vida diária, e é encontrada nos potes, nas redes e esteiras, nos bancos para homens e mulheres, e na pintura corporal, sempre presente nos homens;
    * A educação das crianças se faz por todos os habitantes da aldeia, desde cedo aprendem a realizar as tarefas necessárias à sobrevivência, tornando-se independentes.
A família podia ser monogâmica ou poligâmica. Deixaram forte herança cultural nos alimentos, tendo ensinado o europeu a comer mandioca, milho, guaraná, palmito, pamonha, canjica; nos objetos, suas redes e jangadas, canoa, armadilhas de caça e pesca; no vocabulário: em topônimos como Curitiba, Piauí, etc; em nomes de frutas nativas ou de animais: caju, jacaré, abacaxi, tatu. Ensinaram algumas técnicas como o trabalho em cerâmica e o preparo da farinha. E deixaram no brasileiro hábitos como o uso do tabaco e o costume do banho diário.
No Brasil colonial os portugueses tiveram como aliados os índios aldeados, os quais se tornaram súditos da Coroa.
 Estatuto do Índio e legislação
Índio pataxó.
O Serviço de Proteção ao Índio (SPI) foi criado em 1910. O Estatuto do Índio ainda determina que "os índios e as comunidades indígenas ainda não integrados à comunhão nacional ficam sujeitos ao regime tutelar".[7] Apesar dos diversos decretos, o índio brasileiro tem que se integrar na cultura brasileira para requerer emancipação.[8][9][10]
 Dia do Índio
    Ver artigo principal: Dia do Índio
O Dia do Índio, 19 de abril, foi criado pelo presidente Getúlio Vargas através do decreto-lei 5540 de 1943, e relembra o dia, em 1940, no qual várias lideranças indígenas do continente resolveram participar do Primeiro Congresso Indigenista Interamericano, realizado no México. Eles haviam boicotado os dias iniciais do evento, temendo que suas reivindicações não fossem ouvidas pelos "homens brancos". Durante este congresso foi criado o Instituto Indigenista Interamericano, também sediado no México, que tem como função zelar pelos direitos dos indígenas na América. O Brasil não aderiu imediatamente ao instituto, mas após a intervenção do Marechal Rondon apresentou sua adesão e instituiu o Dia do Índio no dia 19 de abril.
 Organizações e associações indígenas
As associações e organizações indígenas surgiram, no Brasil, ainda durante o século XX, nos anos 80. Entre os organismos e associações nativas que têm como objetivo estatutário a defesa dos direitos humanos dos povos indígenas incluem-se o Warã Instituto Indígena Brasileiro[11] e o GRUMIN.[12] Com o objetivo de preservar e difundir a cultura indígena e facilitar o acesso à informação e comunicação entre as diferentes nações indígenas foi fundado o Índios online.[13]
 Os povos indígenas do Brasil
Mapa de reservas indígenas brasileiras.
A denominação mais conhecida das várias etnias não é quase nunca a forma como seus membros se referem a si mesmos, e sim o nome dado a ela pelos brancos ou por outras etnias, muitas vezes inimigas, que os chamavam de forma depreciativa, como é o caso dos caiapós.
Entre as primeiras obras publicadas sobre os povos indígenas brasileiros, no século XVI, encontram-se os livros escritos pelo mercenário alemão Hans Staden, pelo missionário francês Jean de Léry e pelo historiador português Pero de Magalhães Gândavo.[4] O primeiro inventário dos nativos brasileiros só foi feito em 1884, pelo viajante alemão Karl von den Steinen, que registrou a presença de quatro grupos ou nações indígenas, de acordo com as suas línguas: tupis-guaranis, jê ou tapuias, nuaruaques ou maipurés e caraíbas ou caribas. Von den Steinen também assinala quatro grupos linguísticos: tupi, macro-jê, caribe e aruaque.
 Reservas indígenas
    Ver artigo principal: Lista de povos indígenas do Brasil
Marechal Cândido Rondon.
A definição de áreas de proteção às comunidades indígenas foram lideradas por Orlando Villas Bôas que em 1941 lançou a expedição chamada Roncador-Xingu. Em 1961 foi criada a primeira reserva, o Parque Indígena do Xingu com forte atuação de Villas Bôas, seus irmãos Leonardo, Cláudio, Marechal Rondon, Darcy Ribeiro, entre outros,[14] para que a natureza, os povos nativos da região, suas culturas e costumes fossem preservados.[15] O modelo de criação das reservas indígenas mostrou-se como um dos únicos meios para que a cultura, os povos pré-coloniais remanescentes e mesmo a natureza sejam preservados nessas reservas. Em 1967 foi criada a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), que passou a definir políticas de proteção às comunidades indígenas brasileiras.
Parque Indígena do Xingu, uma das reservas indígenas brasileiras.
A demarcação de reservas indígenas é muitas vezes cercada de críticas favoráveis e desfavoráveis por vários setores da mídia e pela população afetada. O modelo das reservas indígenas demarcadas pela FUNAI difere no modelo norte-americano onde as terras passam a pertencer aos povos indígenas. No Brasil as reservas indígenas demarcadas pela FUNAI pertencem ao governo brasileiro para usufruto vitalício dos índios,[16] não havendo portanto como associá-las a uma perda de soberania. Uma crítica comum sobre as reservas indígenas brasileiras considera a atuação de ONGs nacionais e internacionais junto às comunidades indígenas sem que se tenha o conhecimento preciso da natureza da atuação dessas organizações. Nesse sentido controles mais rígidos sobre a atuação das ONGs junto às comunidades indígenas estão sendo estudados.[17]
 Dez municípios brasileiros com maior população indígena
Segundo dados do recenseamento de 2000, feito pelo IBGE,[18] dos dez municípios brasileiros com maior população autodeclarada indígena, cinco estavam na Região Norte e dois na Região Sul. Os três restantes são no Nordeste, Sudeste e Centro Oeste, desmontando o caráter ubíquo da população autóctone do Brasil.
    * 1) São Gabriel da Cachoeira (AM) – 76,31%
    * 2) Uiramutã (RR) – 74,41%
    * 3) Normandia (RR) – 57,21%
    * 4) Santa Rosa do Purus (AC) – 48,29%
    * 5) Ipuaçu (SC) – 47,87%
    * 6) Baía da Traição (PB) – 47,70%
    * 7) Pacaraima (RR) – 47,36%
    * 8) Benjamin Constant do Sul (RS) – 40,73%
    * 9) São João das Missões (MG) – 40,21%
    * 10) Japorã (MS) – 39,24%

Ciganos

Ciganos

Ciganos
Roma flag.svg
Bandeira do povo rom.
Roma personalities.JPG
(da esquerda para a direita):
Grigoraş Dinicu, Drafi Deutscher, Charlie Chaplin, Isabel Pantoja,
Ricardo Quaresma, Ceija Stojka, Džej Ramadanovski, Irini Merkouri
População total
Mais de 5 milhões no mundo[1]
ou
6-11 milhões no mundo[2]
Regiões com população significativa
 Espanha650.000
(1,62%)
[3]
 Roménia535.140
(2,46%)
[4]
 França500.000
(0,79%)
[5]
 Bulgária370.908
(4,67%)
[6]
 Hungria205.720
(2,02%)
[7]
 Grécia200.000
(1,82%)
[8]
 Sérvia108.193
(1,44%)
[9]
 Reino Unido90.000
(0,15%)
[10]
 Eslováquia89.920
(1,71%)
[11]
 Macedónia53.879
(2,85%)
[12]
Línguas
Romani, línguas da região nativa
Religiões
Cristianismo
(Ortodoxo, Catolicismo, Protestantismo),
Islã,
Shaktismo[13]
Grupos étnicos relacionados
Indo-áricos
Ciganos é um exônimo para roma (singular: rom; em português, "homem") e designa um conjunto de populações nômades que têm em comum a origem indiana e cuja língua provinha, originalmente, do noroeste do subcontinente indiano.
Essas populações constituem minorias étnicas em inúmeros países, entre a Índia e o Atlântico, e são conhecidas por vários exônimos. O endônimo "rom" foi adotado pela União Romani Internacional ( em romani: Romano Internacionalno Jekhetanipe) e pelas Nações Unidas. [14]
Na Europa, esses povos, de origem indiana e língua romani, são subdivididos em diversos grupos étnicos:
  • Rom ou roma propriamente ditos, presentes na Europa centro-oriental e, a partir do século XIX, também em outros países europeus e nas Américas;
  • Sinti, encontrados na Alemanha, bem como em áreas germanófonas da Itália e da França, onde também são chamados manoush;
  • Caló, os ciganos da Península Ibérica, embora também presentes em outros países da Europa e na América, incluído o Brasil.
  • Romnichals, principalmente presentes no Reino Unido, inclusive colônias britânicas, nos Estados Unidos e na Austrália.
Além de migrarem voluntariamente, esses grupos também foram historicamente submetidos a processos de deportação, subdividindo-se vários clãs, denominados segundo antigas profissões procedência geográfica, que falam línguas ou dialetos diferentes. [15]

 História

Rotas migratórias do povo cigano pela Europa.
Em razão da ausência de uma história escrita, a origem e a história inicial dos povos roma foram um mistério por muito tempo. Até meados do século XVIII, teorias da origem dos roma se limitavam a especulações. No final do século, antropólogos culturais levantaram a hipótese da origem indiana dos roma, baseada na evidência linguística - o que foi posteriormente confirmado pelos dados genéticos.
Em 1777, Johann Christian Cristoph Rüdiger, professor da Universidade de Halle, na Alemanha, em carta ao linguista Hartwig Bacmeister, sugere uma possível ligação entre o romani e as línguas da Índia. Rüdiger baseava suas conjecturas em pistas fornecidas pelo próprio Bacmeister e por seu professor, Christian Büttner, mas também na sua própria pesquisa, realizada com a ajuda de uma falante de romani, Barbara Makelin, e apoiada em gramáticas hindustani. A hipótese teve ampla circulação entre seus colegas acadêmicos. Em 1782, Rüdiger publicou um artigo intitulado "Sobre o idioma indiano e a origem dos ciganos",[16] no qual compara as estruturas gramaticais do romani com as do hindustani. Trabalhos seguintes deram apoio à hipótese de que a língua romani possuía a mesma origem das línguas indo-arianas do norte da Índia. Baseado no dialeto sinti, este é o primeiro esboço gramatical acerca de uma variedade do romani, e é também a primeira comparação sistemática do romani com outra língua indo-ariana.[17]

Origem e migrações

Os roma originaram-se de populações do noroeste do subcontinente indiano, das regiões do Punjab e do Rajastão, obrigadas a emigrar em direção ao ocidente, possivelmente em ondas, entre c. 500 e c. 1000 d.C.. Iniciaram a sua migração para a Europa e África do Norte, pelo planalto iraniano, no século XI, por volta de 1050. A saída da Índia provavelmente ocorreu no contexto das invasões do sultão Mahmud de Ghazni (região do atual Afeganistão).[18] Mahmud fez várias incursões no norte da Índia, capturando os povos que ali viviam. Segundo o antropólogo José Pereira Bastos, professor da Universidade Nova de Lisboa, no inverno de 1019 - 1020, o sultão saqueou a cidade sagrada de Kannauj, que era então "uma das mais antigas e letradas da Índia, capturando milhares de pessoas, e vendendo-as em seguida aos persas". Estes, por sua vez, venderam os prisioneiros como escravos na Europa. No Leste Europeu, cerca de 2.300 deles foram para a zona dos principados cristãos ortodoxos da Transilvânia e da Moldávia, onde foram convertidos em escravos do príncipe, dos conventos e dos latifundiários.[19]
Por volta do século XI a língua romani apresenta claros traços de línguas indo-arianas modernas,[20].
Já no século XIV, devido à conquista territorial e política de estados indianos, muitas caravanas rom partiram para a Europa, Oriente Médio e Norte da África. É segunda onda migratória, que os roma denominam Aresajipe. Um primeiro grupo tomou rumo oeste e atingiu a Europa através da Grécia; o segundo partiu para o sul, adentrando o Império Bizantino e chegando à Síria, Egito e Palestina.
Na Europa, em razão de clivagens internas e da interação com as várias populações europeias, os roma emergiram como um conjunto de grupos étnicos distintos, dentro de um conjunto maior. Alguns desses grupos foram escravizados nos Bálcãs, no território da atual Romênia, enquanto outros puderam se movimentar, espalhando-se principalmente pela Hungria, Áustria e Boêmia, chegando à Alemanha em 1417. Em 1422 chegam a Bolonha. Em 1428, já havia ciganos na França e na Suíça. Em 1500, surgiram os primeiros ciganos ingleses.
A terceira onda migratória deu-se entre o século XIX e início do século XX, da Europa para as Américas, após a abolição da servidão na Europa Oriental, entre 1856 e 1864. Alguns estudiosos apontam ainda a ocorrência de uma outra grande migração, proveniente da Europa Oriental, desde a queda do Muro de Berlim. [21]

 Perseguições

Durante as perseguições do século XV, contra judeus e muçulmanos, começa também a caça aos ciganos. Segundo o antropólogo José Pereira Bastos, professor da Universidade Nova de Lisboa, "eram considerados vagabundos e delinquentes. Na Alemanha e na Holanda, eram exterminados a tiros por caçadores pagos por cabeça. Na Europa, o propósito de extermínio dos ciganos sempre foi muito claro".[19] Os anos de 1555 e 1780 são particularmente marcados por atos de violência contra os ciganos, em vários países.
A falta de uma ligação histórica precisa a uma pátria definida ou a uma origem segura não permitia que fossem reconhecidos como grupo étnico bem individualizado, ainda que por longo tempo tenham sido qualificados como egípcios. O clima de suspeitas e preconceitos se percebe no florescimento de lendas e provérbios tendendo a pôr os roma sob mau prisma, a ponto de recorrer-se à Bíblia para considerá-los descendentes de Caim, e portanto, malditos.[22] Difundiu-se também a lenda de que eles teriam fabricado os pregos que serviram para crucificar Jesus (ou, segundo outra versão, que eles teriam roubado o quarto prego, tornando assim mais dolorosa a crucificação). Caracterizados pelo nomadismo, o modo de vida dos ciganos e suas condições de subsistência são sempre determinados pelo país em que se encontram: os mais ricos são os ciganos suecos e os mais pobres encontram-se nos Bálcãs e no sul da Espanha.
Porajmos: ciganos recém-chegados no campo de extermínio Bełżec.
Embora mantendo sua identidade, em alguns aspectos os roma revelam grande capacidade de integração cultural: sempre professam a religião local dominante, da mesma forma que suas danças, músicas, narrativas e provérbios manifestam a assimilação da cultura no meio em que vivem. Sua capacidade de assimilar a música folclórica permitiu que muitas peças fossem salvas do esquecimento, principalmente as do Oeste Europeu. Excluindo as publicações soviéticas sobre o assunto, existem apenas nove livros escritos em romani.
Durante a Segunda Guerra Mundial, entre duzentos e quinhentos mil ciganos europeus teriam sido exterminados nos campos de concentração nazistas. Entre os roma, o massacre é denominado de porajmos e começou a ser recuperado pela historiografia apenas a partir dos anos 1970.[23]
No dia 2 de abril de 2009, o presidente do Parlamento Europeu, Hans-Gert Pöttering, recebeu um prêmio pelo trabalho desenvolvido pelo Parlamento Europeu na defesa dos direitos da comunidade rom na Europa. O prêmio foi entregue por representantes das principais organizações europeias, em nome da comunidade rom, antes do Dia Internacional dos Roma, que se celebra no dia 8 de abril.[24] Dos 12 a 15 milhões de roma que vivem na Europa, 10 milhões vivem em Estados-Membros da União Europeia, a maioria dos quais adquiriu a cidadania europeia com o alargamento de 2004 e a adesão da Romênia e da Bulgária em 2007.

 Deportação de ciganos da França em 2010

Em fins de julho de 2010, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, decidiu, após dois incidentes envolvendo membros franceses da comunidade cigana, promover o retorno em massa dos roma à Romênia e Bulgária, [25] o que suscitou uma grande polêmica .[26]

 Demografia

Os roma na Europa.

 Religião

Os roma não têm uma religião própria, um deus próprio, sacerdotes ou cultos originais. Parece singular o fato de que um povo não tenha cultivado, no decorrer dos séculos, crenças em uma divindade particular, nem mesmo primitiva, do tipo antropomórfico ou totêmico. O mundo do sobrenatural é constituído pela presença de uma força benéfica, Del ou Devél, e de uma força maléfica, Beng, contrapostas, numa espécie de zoroastrismo, provável resíduo de influências que esta crença teve sobre grupos que, em época remota, atravessaram o Irã. Ademais, as crenças ciganas incluem uma série de entidades, cuja presença se manifesta sobretudo à noite. Mas, em geral, os roma parecem ter-se adaptado, ao longo da história, às confissões vigentes nos países que os hospedaram, embora sua adesão pareça ser exterior e superficial, com maior atenção aos aspectos coreográficos das cerimônias, como as procissões e as peregrinações, próprias de uma religiosidade popular, sobretudo católica. Um sinal de mudança se dá pela difusão do movimento pentecostal, ocorrida a partir dos anos 1950, através da Missão Evangélica Cigana, surgida na França. Em seguida a isso, registram-se todavia profundas lacerações no interior de muitas famílias, devido às radicais mudanças de costume que a adesão a essa religião impõe, dada a natureza fundamentalista do movimento religioso em questão. Tais imposições muitas vezes acabam por induzir os roma a uma recusa de suas peculiaridades culturais.

 Idiomas

Distribuição histórica dos povos de Língua romani na Europa.
A maioria dos roma fala algum dialeto do romani, língua muito próxima das modernas línguas indo-europeias do norte da Índia e do Paquistão, tais como o prácrito, o marati e o punjabi.
Tanto o sistema fonológico como a morfologia podem ter sua evolução facilmente reconstruída a partir do sânscrito. O sistema numeral também reflete parcialmente o vocabulário sânscrito. Com as migrações, os roma levaram sua língua a várias regiões da Ásia, da Europa e das Américas, modificando-a. De acordo com as influências recebidas, distinguem-se dialetos asiáticos de europeus. Entre as línguas que mais influenciaram nas formas modernas do romani estão o grego, o húngaro e o espanhol.[carece de fontes?]

 Educação

"Aumentar o sucesso dos ciganos , do povo roma e das crianças nómadas é responsabilidade de todos dentro do sistema de educação, uma importante medida na eficácia das políticas de combate à exclusão escolar e social." Segundo o relatório de Ofsted de 1999, os alunos ciganos de famílias itinerantes apresentam resultados mais baixos que os de qualquer grupo étnico minoritário e são o grupo de maior risco no sistema de ensino no Reino Unido. O relatório Swann revela diversos factores que influenciam a formação de crianças ciganas da mesma forma que influenciam outros grupos minoritários étnicos. Entre estes factores, os que têm maior peso foram identificados como o racismo e discriminação, mitos, estereótipos e a necessidade de uma maior ligação das escolas com os pais das crianças ciganas. [27][28] [29][30][31]
No Brasil, Mirian Stanescon foi a primeira cigana a a se formar num curso superior. Formou-se em direito na Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro, em 1973.[32]

 Maiores concentrações rom no mundo

PaísPopulação rom (est.)Referência
Albânia70.000[33]
Alemanha110.000 – 130.000[34]
Argentina300.000[35]
Brasil678.000 (est. do governo) – 1.000.000[36][37]
Bulgária370.908 (censo) ou 700.000 – 800.000[38][39]
Canadá80.000[40]
Espanha600.000 – 800.000[41]
Estados Unidos1.000.000[42]
França280.000 – 340.000[43]
Grécia300.000-350.000[44] [45]
Hungria189.984 ou 450.000 – 600.000[46]
Índia2.274.000[47][48]
Irã110.000[49]
Itália90.000 – 110.000[50]
Macedônia53.879 - 260.000[51][52]
República Tcheca11.746 (censo) ou 220,000[53][54]
Turquia5.000.000[55]

 Cultura

Debret, Interior de casa cigana (c. 1820).
Os roma não representam, como já se salientou, um povo compacto e homogêneo. Mesmo pertencendo a uma única etnia, existe a hipótese de que a migração desde a Índia tenha sido fracionada no tempo e que, desde a origem, eles fossem divididos em grupos e subgrupos, falando dialetos diferentes, ainda que afins entre si. O acréscimo de componentes léxicos e sintáticos das línguas faladas nos países que atravessaram no decorrer dos séculos acentuou fortemente tal diversificação, a tal ponto que podem ser tranquilamente definidos como dois grupos separados, que reúnem subgrupos muitas vezes em evidente contraste social entre si.
As diferenças de vida, a forte vocação ao nomadismo de alguns, contra a tendência à sedentarização de outros pode gerar uma série de contrastes que não se limitam a uma simples incapacidade de conviver pacificamente. Em linhas gerais poder-se-ia afirmar que os sintos são menos conservadores e tendem a esquecer com maior rapidez a cultura ancestral. Talvez este fato não seja recente, mas de qualquer modo é atribuído às condições socioculturais nas quais por longo tempo viveram.
Em comunicação apresentada durante o encontro Ciganos no século XXI, realizado em Lisboa, em setembro de 2010, o espanhol Santiago González Avión, diretor da Fundação Secretariado Cigano, na Galiza, [56] apontou as divisões entre as próprias comunidades ciganas. "Entre os ciganos de nacionalidade espanhola, a fragmentação é forte. Galegos e castelhanos dividem-se. E há discriminação também entre os ciganos transmontamos, de nacionalidade portuguesa, e os espanhóis", apontou González. O documento também denuncia a situação de pobreza e exclusão social destes grupos. [19]
Uma jovem cigana húngara executa uma dança típica.
Quanto aos roma de imigração mais recente, nota-se, ao invés, uma maior tendência à conservação das tradições, da língua e dos costumes próprios dos diversos subgrupos. Sua origem, de países essencialmente agrícolas do leste europeu, favoreceu certamente a conservação de modos de vida tradicionais. Antigamente era muito respeitado o período da gravidez e o tempo sucessivo ao nascimento do herdeiro; havia o conceito da impureza ligada ao nascimento, com várias proibições para a parturiente. O aleitamento ainda dura muito tempo, às vezes se prolongando por alguns anos.
No casamento, tende-se a escolher o cônjuge dentro do próprio grupo ou subgrupo, com notáveis vantagens econômicas. É possível a um rom casar-se com uma gadjí, isto é, uma mulher não-rom, a qual deverá porém submeter-se às regras e às tradições rom. Vige naturalmente o dote. No grupo dos sintos, geralmente o casamento é precedido pela fuga do casal. Aos filhos é dada uma grande liberdade, mesmo porque logo deverão contribuir com o sustento da família e com o cuidado dos menores. No que se refere à morte e aos ritos a ela conexos, o luto pelo desaparecimento de um companheiro dura em geral muito tempo. Entre os sintos parece prevalecer o costume de se queimar a kampína (o trailer) e os objetos pertencentes ao morto. Entre os ritos fúnebres praticados pelos roma está a pomána, banquete fúnebre no qual se celebra o aniversário da morte de uma pessoa. A abundância de alimento e bebidas exprime o desejo de paz e felicidade para o defunto.
As Caravanas - Acampamento cigano em Arles, França, pelo pintor Vincent van Gogh.
Além da família extensa, entre os roma encontramos a kumpánia, ou seja, o conjunto de várias famílias (não necessariamente unidas entre si por laços de parentesco) mas todas pertencentes ao mesmo grupo, ao mesmo subgrupo ou a subgrupos afins.
O nômade é por sua própria natureza individualista e mal suporta a presença de um chefe: se tal figura não existe entre os roma, é entretanto devido o respeito para com os mais velhos, que sempre são solicitados a dirimir eventuais controvérsias.
Entre os roma, a máxima autoridade judiciária é constituída pelo krisnitóri, isto é, por aquele que preside a kris. A kris é um verdadeiro tribunal rom, constituído pelos membros mais velhos do grupo, que se reúne em casos especiais, para resolver problemas delicados, envolvendo controvérsias matrimoniais ou ações que resultem em danos a membros do grupo. Na kris podem participar também as mulheres, que são admitidas para falar. A decisão cabe aos anciãos designados, presididos pelo krisnitóri. Ouvidas as partes litigantes, é punida a parte culpada.
Em tempos recentes a controvérsia se resolve, em geral, com o pagamento de uma soma proporcional ao tamanho da culpa. No passado, se a culpa era particularmente grave, a punição podia consistir no afastamento do grupo ou, às vezes, em castigos corporais.

 Ciganos famosos

São várias as pessoas de etnia cigana que, em diversas partes do mundo, destacaram-se em áreas tão diversas como literatura, escultura, música, desporto ou ciências. Outras pessoas como o actor Michael Caine, Sofia Kovalevskaya ou o prémio Nobel Schack August Steenberg Krogh têm antepassados ciganos.[